quarta-feira, março 18

Mobilidade e Ubiquidade para Colaboração





A proposta da segunda aula era refletir sobre um dos três textos propostos em sala. Escolhi o que abordava ubiquidade especificamente, por ser um assunto que já me interessa. Achei o capítulo bem interessante, e por ser de um livro didático aparentemente, me trouxe exemplos que desconhecia do que já existe como premissa de ubiquidade no que é usado hoje.


Repleto de figurações sobre o futuro da ubiquidade misturado com a realidade do que já é possível, o texto aborda, principalmente, o que é mobilidade e ubiquidade, onde ela se aplica, onde irá se aplicar futuramente e seus prós e contras.

Algo que me chamou atenção durante a leitura, porém, é a falta de contras durante os exemplos.  Em um momento, o texto comentou sobre a Tecnologia Invisível, e sobre como as máquinas possuem a capacidade de estar integradas ao meio sem levar ao usuário uma gama de informações desnecessárias. Algo que discordo. Observe, um dispositivo, como por exemplo, um smartphone com acesso direto a internet, me permite ir a qualquer lugar e acessar qualquer informação na hora que eu desejar, assim como, qualquer lugar e qualquer informação podem me acessar a hora que desejarem. Questões éticas sobre esse tipo de “invasão” de privacidade afetam o usuário diariamente, criando uma relação de dependência, já que somos, pouco a pouco, ensinados a viver e precisar desse meio.  Aplicativos, como o da rede social do Facebook, se mantem abertos em segundo plano e não utilizam a “Tecnologia Invisível” de forma ética, já que, qualquer informação é enviada ao usuário até que ele, manualmente, desligue o aplicativo. E isso não acontece só com aplicativos ligados a internet, quem nunca recebeu enxurradas de SMS gratuitas de operadoras? Quem nunca ganhou um sorteio de uma casa por mensagem? 






Outra questão da Mobilidade e Ubiquidade Colaborativas seria a veracidade das informações, já que, de certa forma, em um sistema colaborativo com pessoas de todo o mundo realizando uploads de informações, existe uma grande possibilidade de essas mesmas informações serem maliciosas. Como controlar e filtrar esse tipo de prática, já que, a velocidade do upload na nuvem a cada dia fica maior?

E com tantas informações sendo enviadas e recebidas por nós, acaba se chegando na superficialidade do meio. Tanto no virtual como no físico, nossa presença acaba se tornando superficial com tamanhas possibilidades de interação. Seria possível selecionar o que você precisa sem passar pela maré de dados desnecessários?

Acredito que é preciso definir condutas mais éticas para garantir a segurança do usuário nessa nova era tecnológica que avança tão rapidamente. Ficamos extasiados com tantas novidades que não imaginamos os problemas que a ubiquidade poderia ocasionar no futuro. É preciso ter cautela para que possamos de forma segura usufruir das novas possibilidades.

                                        

Ubiquidade em 2019 pela Microsoft

sexta-feira, março 6

Design x Cinco Sentidos



O design no geral sempre atuou de forma direta nos cincos sentidos. Através das cores, das formas, das ideias desenhadas e projetadas, até da maneira mais subjetiva, provoca algum tipo de reação em nossos sentidos. O design gráfico, por exemplo, privilegia brincar com o nosso sentido da visão, contudo, é possível abordar de maneira muito interessante, mesmo pensando no conceito gráfico, todos outros sentidos. Cada sentido é importante no que o design se propõe a realizar, pois são os sentidos que permitem que o design seja captado e legível de forma completa.

Visão e Tato

Creio que os dois sentidos são os mais abordados pelo design. Geralmente, qualquer produto, tanto físico quanto virtual, exigirá, inicialmente, esses dois sentidos do seu público-alvo. Primeiro, a percepção visual que terei do objeto – as informações iniciais como as cores e as formas que irão segurar a atenção do interlocutor em um primeiro estágio - , para depois, se existir a possibilidade para tal, o contato direto entre o usuário e o objeto – e aí, informações como textura, temperatura, etc serão identificadas. É possível perceber como o design foca, principalmente, em disponibilizar as informações visuais e palpáveis do seu produto de forma ergonômica, já que são essas que os nossos sentidos buscarão primeiro.


Será mesmo? Como faço café nisso?


Audição
Parece ser um dos sentidos que é utilizado somente no ambiente audiovisual, contudo, também é possível brincar com a audição fora desse meio.




Cada pôster quando manuseado emite o som que a imagem impressa reproduz na realidade. Uma chapa de metal pode representar o som de uma trovoada, por exemplo. Um papel de seda ao ser amassado pode simular as chamas de uma fogueira. Isso tudo é possível já que o som tem grande capacidade de nos transmitir diversas emoções e sensações, assim, quando ouvimos um som semelhante ao que já identificamos na imagem, nosso cérebro automaticamente cria uma relação com algo que já ouvimos.

Alguém lembra do i-doser? O tal programa que supostamente transmite sensações por meio de frequências sonoras?

http://www.dailymotion.com/video/xfpxvp_i-doser-hand-of-god_shortfilms

Olfato e Paladar

Creio que sejam os sentidos que talvez sejam os mais difíceis de serem integrados mas que apresentam um potencial inovador. Algumas marcas trabalham em um aroma próprio para que os usuários possam reconhecer a identidade da marca também pelo olfato. Outros produtos também procuram privilegiar o paladar, como algumas embalagens comestíveis que vem sendo desenvolvidas. 


Esses sentidos nos ajudam a identificar e entender a mensagem que está sendo passada de outras maneiras, já que, na nossa realidade, convivemos com todos os sentidos, memorizamos nossas experiencias através deles. Logo, quando o design comunica utilizando mais de um sentido, a mensagem é captada de forma muito mais eficaz.

“A identidade de uma flor repousa tanto no seu aroma e em sua forma como em sua cor, de modo que a experiência e a memória possam conter um ramalhete de sensações e percepções” (PLAZA, apud KAWASAKI, 2008, p. 169)

Um projeto interessante conhecido como “Sensorial Stimuli” de um designer coreano chamado Jinhyun Jeon cai bem nesse tópico, ele desenvolveu talheres inspirados no fenômeno da sinestesia. Os objetos possuem diferentes cores, temperaturas, formatos e texturas que ajudam a estimular os sentidos e criar uma nova percepção do sabor dos alimentos para o usuário.



Atualmente, existe um termo rolando por aí definindo esse tipo de brincadeira como Design Sinestésico ou Multi-Sensorial. Essa categoria do design estaria propondo uma mistura entre os cinco sentidos para que a informação pudesse ser transmitida de forma mais agradável e potencializada dentro das nossas perspectivas.


Um exemplo rápido disso


É perceptível como esse tipo de estudo com a sinestesia vem ganhando mais espaço e popularidade dentro do design. Cada dia surge novas propostas de peças gráficas, produtos, etc. que utilizam o Design Sinestésico.



“O design trabalha a percepção do ser humano, e a cada dia, surgem ideias de como despertar sensações, explorando todos os nossos cinco sentidos. O que antes era apenas uma questão visual e material, agora abre as portas para outras formas de pensar o design [...] é preciso voltar a sentir as texturas da vida, valorizando-ascomo condição para recuperar a beleza dos sentidos"  (Braida, 2010, apud OKAMOTO,p. 223)

Finalizo esse post com uma palestra interessante de Jinsop Lee sobre como o design e os cinco sentidos podem se relacionar de forma inovadora, aumentando e melhorando a experiência com o usuário no design:

http://www.ted.com/talks/jinsop_lee_design_for_all_5_senses?language=pt-br


Fontes interessantes:

https://prezi.com/89i5jdlwigip/o-design-sinestesico-e-sua-contribuicao-na-elaboracao-de-pr/

http://www.revistacliche.com.br/2012/06/design-sinestesico/